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Ministério Público integra comissão para acompanhar aplicação das emendas impositivas em Mato Grosso


Em um movimento considerado histórico no controle do uso de recursos públicos em Mato Grosso, a Assembleia Legislativa instalou, nesta quarta-feira (19), a Comissão Interinstitucional das Emendas Impositivas, reunindo MP, TCE e líderes políticos em um esforço conjunto para estabelecer regras claras, pôr fim a brechas legais e garantir transparência total na destinação das verbas parlamentares.

Por Luiz Carlos Bordin

Ministério Público integra comissão para acompanhar aplicação das emendas impositivas em Mato Grosso

Assessoria

Uma comissão interinstitucional foi oficialmente instalada na Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) na quarta-feira (19) para discutir e definir parâmetros que aprimorem a execução das emendas impositivas no estado. O grupo, chamado Comissão Interinstitucional de Convergência Normativa das Emendas Impositivas, tem como foco uniformizar regras, regulamentar o envolvimento de organizações do terceiro setor e garantir mais transparência e agilidade na destinação dos recursos públicos.

O Ministério Público de Mato Grosso (MPMT) participou da abertura dos trabalhos, representado pelo procurador-geral de Justiça, Rodrigo Fonseca Costa, e pelo promotor de Justiça Renee do Ó Souza. Segundo Rodrigo Fonseca, a mobilização do grupo acontece em sintonia com a determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), mas já vinha sendo discutida internamente no estado antes da manifestação judicial. Ele defendeu mecanismos mais rigorosos de controle e o credenciamento técnico de entidades beneficiadas.
“A proposta é ter fiscalização direta, com cadastramento prévio e análise técnica das instituições antes da liberação de qualquer verba, além da definição de percentuais específicos para os repasses”, afirmou.

O presidente da ALMT, deputado Max Russi (PSB), reforçou que a criação da comissão representa um avanço institucional no sistema de distribuição das emendas. Ele destacou que a medida assegura maior segurança jurídica e reforça a confiança entre os poderes.
“O objetivo é garantir que o dinheiro chegue corretamente às entidades e à população, seguindo critérios claros e alinhados às exigências do STF. O Colégio de Líderes acompanhará todo o processo para que as normas sejam eficazes e transparentes”, declarou.

A iniciativa atende à decisão do STF no âmbito da ADPF 854, que determina que estados, municípios e o Distrito Federal adotem mecanismos de rastreabilidade e publicidade na execução das emendas parlamentares a partir do orçamento de 2026 — um marco que busca evitar irregularidades e assegurar a destinação pública efetiva.

A reunião contou com a presença dos deputados Carlos Avallone (PSDB), Beto Dois a Um (PSB) e Fábio Tardin (PSB), além do presidente do Tribunal de Contas do Estado, Sérgio Ricardo. Também participaram representantes da Controladoria-Geral do Estado (CGE), Secretaria de Fazenda (Sefaz), Secretaria de Planejamento e Gestão (Seplag) e da Associação Mato-grossense dos Municípios (AMM).